As eleições parlamentares de domingo em França, deram a vitória aos partidos de esquerda com um número de lugares suficientes para derrotar a extrema-direita, mas não obtiveram a maioria. Entretanto a vitória dos partidos de esquerda já está a pressionar o euro.
De acordo com os resultados, a aliança de esquerda Nova Frente Popular, formada há apenas três semanas, obteve 182 lugares. São necessários 289 lugares para garantir a maioria na Assembleia Nacional de 577 lugares. A coligação centrista Ensemble, do Presidente Emmanuel Macron, ficou em segundo lugar, com 168 lugares, enquanto o Rassemblement Nationall, de extrema-direita, amplamente cotado para ganhar após a sua vitória na primeira volta, assegurou apenas 143 lugares.
O primeiro-ministro francês Gabriel Attal anunciou que iria apresentar a sua demissão ao Presidente Emmanuel Macron esta segunda-feira de manhã, depois de o seu partido não ter conseguido obter uma maioria nestas eleições parlamentares.
O resultado coloca França na primeira situação da história em que nenhum partido conseguiu uma maioria independente no parlamento.
O impacto destas eleições nos mercados financeiros dependerá de quem se tornar primeiro-ministro. O pior resultado para os preços dos ativos franceses seria um primeiro-ministro de extrema-esquerda ou de esquerda que quisesse aumentar os impostos e a despesa. Os mercados não gostam de líderes europeus que ameaçam a estabilidade fiscal de um país, daí a reação ao orçamento de Liz Truss no Reino Unido em 2022.
Se a extrema-esquerda formar governo, as suas políticas, a serem postas em prática, irão certamente agravar a situação fiscal da França e colocar o país em rota de colisão com Bruxelas, devido à violação das regras fiscais. Nessa perspetiva o euro já está a enfraquecer neste início da semana.
XTB