Os efeitos da seca no território nacional, já fizeram disparar os alarmes de organizações de agricultores e regantes, o que já originou por parte de deputadas do grupo Parlamentar do CDS-PP, um requerimento com perguntas, dirigidas aos ministros da Agricultura, Floresta e Desenvolvimento Rural e do Ambiente, sobre as medidas que estão a ser tomadas para mitigar os efeitos da seca.
As deputadas Patrícia Fonseca e Ilda Araújo Novo, subscritoras do requerimento aos ministros, perguntam que medidas concretas adicionais está o Ministério da Agricultura a preparar, com efeitos imediatos, para mitigar os efeitos da seca, “se o ministro vai assegurar a disponibilização de água de Alqueva às albufeiras que a ele estão ligadas, a um preço que não comprometa a viabilidade das produções, e, ainda, se face à gravidade da situação, vai ou não isentar os agricultores da Taxa de Recursos Hídricos”.
Já ao Ministro do Ambiente (MA), além das perguntas sobre medidas concretas adicionais e medidas necessárias à disponibilização de água do Alqueva às albufeiras que a ele estão ligadas, as deputadas perguntam sobre as Subcomissões de Gestão de Albufeiras, quando serão envolvidas no processo as organizações de regadio, e quando será implementado o regime de caudal mínimo diário nas bacias hidrográficas, para que não ocorram períodos de caudal nulo.
As organizações de agricultores e de regantes já alertavam em abril, para o risco de falta de pastagens para o gado e para os reduzidos níveis de armazenamento de algumas barragens, que poderiam pôr em causa as culturas de outono/inverno e a realização das de primavera/verão.
Já há agricultores sem água, denunciam as deputadas, prevêem-se consequências muito graves, sendo necessário e urgente o acompanhamento permanente e levantamento exaustivo pelas Direções Regionais de Agricultura, principalmente nos regadios privados onde a situação é muito preocupante.
De acordo com uma notícia do Diário de Notícias de 5 de julho, “a pior seca dos últimos 27 anos nas barragens portuguesas levou produtores de arroz a acelerarem o ciclo de crescimento da planta, perdendo rendimento, e desmobilizou a produção de milho. Há populações que podem ficar sem água em casa, enquanto a energia poderá subir de preço no mercado grossista. Além disso a baixa precipitação reduziu a produção de eletricidade, segundo fonte oficial da EDP. […] As albufeiras atingiram 58% dos valores normais levando a que as centrais térmicas compensassem a falta de energia hidroelétrica. A tendência em períodos secos aponta ao aumento dos preços da energia no mercado grossista, adiantou a REN ao DN”.