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Poeta Artificial criado por Investigador da Universidade de Coimbra

Hugo Gonçalo Oliveira investigador da Universidade de Coimbra (UC), criador do “PoeTryMe”

O “PoeTryMe”, o primeiro “poeta artificial” português, desenvolvido pelo investigador da Universidade de Coimbra (UC), Hugo Gonçalo Oliveira, é apresentado na véspera do Dia Mundial da Poesia. A criatividade do PoeTryMe não tem limites e a inspiração não lhe falha, gerando poemas em menos de um minuto.

Na prática, trata-se de um sistema informático inteligente que se apoia em redes de palavras, relacionadas de acordo com os seus sentidos, e em padrões de versos, obtidos a partir da análise de poesia escrita por humanos, gerando a partir daí poemas em língua portuguesa sobre as mais diversas temáticas.

Um dos pontos-chave deste poeta sui generis é, de acordo com o também docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia (FCTUC), «a sua flexibilidade na criação de poesia. Tem a capacidade de compor com as mais diferentes configurações. Posso, p. ex., definir um conjunto de palavras que defina o domínio do poema, indicar o nível de surpresa, escolher a forma poética – sonetos, quadras, etc. – e decidir o sentimento (negativo ou positivo) transmitido. No final da obra, o sistema ainda pode explicar a sua escolha de palavras».

A Geração Automática de Poesia, enquanto área de conhecimento, surgiu em 2000, mas em Portugal ainda é pouco explorada. No entanto, sublinha Hugo Gonçalo Oliveira, «é uma nova forma de pensar a poesia e pode contribuir para estimular os poetas humanos, desafiando ainda mais a sua criatividade. Pode funcionar, quem sabe, como uma fonte de inspiração».

Desenvolvido ao longo dos últimos três anos, o sistema foi já adaptado para castelhano, numa colaboração com investigadores da Universidade de Madrid, estabelecida no âmbito do projeto europeu PROSECCO, que visa precisamente promover a investigação em criatividade computacional.

E porque, amanhã, dia 21 de março, se assinala o Dia Mundial da Poesia, o PoeTryMe partilha um soneto:

que a uma natural ou nativa
onde a estação da primavera
que coisa segue inspiração fera
artificial negra sem artífice

não há sinfonia sem harmonia
onde a composição da poesia
um dia natural outro postiço
um natural porto o nascidiço

com natural e puro coração
não fica chama nem inspiração
na sua harmonia apolínea

por mais poética que poesia
por mais simetria que harmonia
a linda máquina computador

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