Esta semana passei pelo desprazer de assistir mais um ato de violência que faz parte do nosso dia-a-dia, a “saidinha de banco”, mais uma modalidade de assalto.
Estava saindo do banco com minha mãe já idosa, em direção ao estacionamento, quando me deparei com os assaltantes, que estavam a procura de uma vítima que estavam perseguindo e esta, em busca de refugio, entrou no estacionamento do banco em que nós estávamos. Quando localizada a presa, o algoz se dirigiu até ele, o homem estava dentro do carro, vi quando o assaltante sacou o revólver e apontando para sua cabeça levou a bolsa com o dinheiro que havia sido retirado minutos antes. O assaltante passou por mim com o revolver ainda em punho e olhando no meu rosto, nem se constrangeu ou temeu, talvez até, uma tentativa de intimidação velada.
A sensação de impotência que nos invade ao presenciar tal ato é enorme.
Todos os dias ouvimos ou assistimos nos noticiários que aconteceu a famosa “saidinha de banco”, em alguns casos com vítimas fatais. Geralmente são pessoas que vão ao banco fazer retiradas para efetuar pagamentos de funcionários ou de alguma negociação e ficam visados e expostos. Os bandidos ficam a espreita e quando saem com uma volumosa quantia são perseguidos e roubados. Os comparsas ficam de prontidão em celulares passando as informações e em motos para fugirem rapidamente.
São registradas como crime contra o patrimônio ou roubo qualificado, por isso não há estatísticas sobre essas ocorrências nem nos estados nem no País, mas cresce a cada dia.
Medidas de prevenção foram adotadas, como colocar biombos entre os caixas dos bancos e outros clientes, para dificultar a visão dos meliantes às transações feitas, e a proibição do uso de celulares dentro das agências bancárias, para evitar a comunicação entre eles, passando informações de quem esta saindo com o bolso/bolsa cheios. Mas mesmo assim os assaltos continuam.
E a gente ainda tem de agradecer por não ter sido pior, por não ter perdido a vida. Como se não ficasse o trauma que uma abordagem brusca, violenta e inesperada, e uma arma apontada para a cabeça fosse a coisa mais normal do mundo e ainda ver esses bandidos saírem impunes.
Não foi comigo diretamente, mas testemunhar e não poder fazer nada, além de tentar ajudar a vítima arrasada e chocada depois do ocorrido, me fez mau também, pois me vi completamente impotente e trêmula, não sei se de raiva ou de medo.
É revoltante!…
Por: Lucieny Gonçalves Martins no Brasil
“escreve em português do Brasil”