Puspita Mishra, uma das mais celebradas intérpretes de odissi da actualidade, apresenta-se no Auditório do Museu do Oriente, na quarta-feira 26 de Novembro, às 21.30, com uma actuação desta dança clássica indiana.
A dança odissi, a mais antiga ainda em existência, distingue-se das outras sete formas clássicas indianas pela importância do Tribahngi, a movimentação independente da cabeça, tronco e pélvis, caracterizando-se igualmente por várias posições que envolvem o bater rítmico dos pés no solo e poses hieráticas e graciosas.
Nascida no templo histórico de Bhubaneswar, capital do estado de Odisha, Puspita Mishra (n. 1971) é bailarina desde os três anos e herdeira da tradição desta dança milenar que, no século II a.C., era retratada sob a forma de elegantes esculturas que adornavam as grutas sagradas de Udayagir e Khandagiri. Inicialmente apresentada na corte, a dança odissi viria a ligar-se aos rituais dos templos de Odisha, jainistas bem como budistas, sendo interpretada como uma oferenda religiosa pelas maharis, jovens dedicadas ao serviço dos deuses.
Nesta actuação, Puspista Mishra dá vida às famosas esculturas do templo de Konark, evocando o ritmo, melodia e delicadeza dos seus movimentos. O intricado trabalho de pés, a elegância das karanas, as transições e mudras, os gestos de mãos e a expressividade do olhar que a caracterizam fazem de Pupista Mishra um expoente desta forma clássica de dança indiana.