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Retenção de trabalhadores focada no bem estar e saúde

Retenção de trabalhadores focada no bem estar e saúde

O estudo ‘Tendências em Benefícios 2021’ da Willis Towers Watson, consultora global na área de corretagem e soluções, conclui que “o bem-estar dos colaboradores, a capacidade de atrair e reter os mesmos, a flexibilidade e o apoio à saúde mental estão no foco das empresas portuguesas no desenho da sua estratégia de benefícios para os próximos dois anos”.

Realizado entre 10 de maio e 25 de junho de 2021, o estudo foca-se naquilo que é a estratégia de benefícios das organizações hoje e no que se perspetiva para os próximos dois anos. Em Portugal, participaram 70 organizações, representativas de quase 100 mil colaboradores. A maioria das empresas é de média e grande dimensão, 76% das quais multinacionais, e com uma heterogeneidade dos setores representados.

As tendências verificadas em Portugal estão em linha com os resultados globais, que incluíram 3.642 empresas, 70% das quais multinacionais, num total de 14 milhões de colaboradores.

Visão geral

A larga maioria das empresas portuguesas (80%) espera, nos próximos dois anos, estar num patamar que lhes permita diferenciar o seu programa de benefícios e personalizar a experiência em função daquilo que são as necessidades do colaborador. Porém, 24% dos inquiridos ainda não têm uma estratégia de benefícios e 42% estão na fase de adoção de um plano ou a comunicar, documentar e disponibilizar os benefícios.

“Isto diz-nos que há muitas empresas e organizações que aspiram atingir o patamar mais elevado, mas, na realidade, nem todas conseguem lá chegar. É um caminho com muitos desafios e não é fácil atingir esse patamar”, afirmou Alexandre Falcão. Associate Diretor – Health & Beneficts da Willis Towers Watson, que apresentou o estudo durante o webinar ‘Estará o Mundo dos Benefícios a Mudar?’, organizado pela consultora.

São vários os fatores externos que estão a influenciar o desenho da estratégia de benefícios, com 70% das organizações a apontarem como principal influência a falta de capital humano, seguindo-se os avanços na tecnologia para benefícios (62%) e um maior foco na inclusão e diversidade (59%).

Alexandre Falcão destacou que “apenas 31% das organizações referiram os custos e os prémios de seguro. Uma clara mudança de foco, tendo em consideração que há dois anos 80% das organizações referiram o aumento de custos e os prémios como sendo o maior desafio para a sua estratégia.”

Os maiores desafios internos são o stress, esgotamento e questões de saúde mental (88%); o agravamento da saúde ou estilos de vida pouco saudáveis (72%); e a falta de interação social (71%).

Objetivos estratégicos

Entre os inquiridos portugueses, 86% indicaram querer uma estratégia digital melhorada para personalizar a experiência do colaborador com os benefícios; e 71% querem integrar o bem-estar no pacote de benefícios. Aumentar a flexibilidade e escolha (53%) e melhorar a comunicação (47%) foram os outros destaques.

Sobre como pensam medir o sucesso da sua estratégia, as empresas apontaram como medidas principais a melhoria do bem-estar dos colaboradores (73%), da capacidade de atração e retenção de colaboradores (60%) e da experiência do colaborador com os benefícios (43%).

Áreas de foco

São cinco as áreas de foco prioritárias referidas pelas empresas, com a experiência do colaborador (87%) e o portefólio (tipo de benefícios oferecidos e que necessidades do colaborador são satisfeitas – 79%) no topo.

Sobre a ‘Experiência do Colaborador’, ao dia de hoje, apenas cerca de 1/3 das organizações assume dar suporte ao colaborador na compreensão e tomada de decisões (36%) e utilizar uma comunicação personalizada (34%). Assim, 59% das empresas estão a planear, nos próximos dois anos, ações ao nível da implementação de uma plataforma digital única para todos os benefícios; 51% querem aplicações móveis que permitam uma mobilidade na informação; e 50% esperam implementar sistemas de informação integrados.

Na área de portefólio, apenas metade (52%) das organizações diz responder hoje as necessidades individuais dos seus colaboradores e 30% oferecem flexibilidade e escolha significativa entre benefícios. Não é por isso de estranhar que estas sejam a segunda área que as empresas querem trabalhar (63%) a curto prazo.

A grande nota de destaque no portefólio é a saúde e o bem-estar, com as empresas a referirem que vão implementar/melhorar ações de apoio à saúde mental (68%), à saúde física e melhoria do estilo de vida (59%) e ao bem-estar social (41%).

As restantes áreas de foco prioritárias estão relacionadas com a partilha de dados, reports e insights, que permitem decisões mais informadas (61%); o financiamento (57%); e a gestão administrativa e operações (57%).

Principais tendências

Em forma de resumo, Alexandre Falcão realçou as grandes tendências nas estratégias de benefícios das empresas: “A passagem do foco prioritário para a questão do bem-estar dos colaboradores e para a capacidade de atrair e reter talento; a experiência do colaborador, muito suportada no desenvolvimento do digital; e a grande preocupação das empresas com as questões da saúde mental e a flexibilidade, algo que está a entrar em força no nosso mercado.”

WTW / CS

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