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Solistas da Metropolitana no Museu do Oriente
Solistas da Metropolitana no Museu do Oriente

Solistas da Metropolitana no Museu do Oriente

O Museu do Oriente recebe a 1 e 15 de Dezembro, com entrada gratuita, os Solistas da Metropolitana para dois concertos que percorrem um repertório contemporâneo dedicado ao tema “Danças” e o catálogo de música de câmara de Beethoven.

Há frases que não precisam de se alongar muito para dizerem tudo aquilo que tem de ser dito. São exemplo disso os ditados populares, que, quando conhecida a sua autoria, denominam-se apotegmas. Foi este, precisamente, o conceito que Fernando Lopes Graça recuperou quando, em 1981, o recém-formado Opus Ensemble o desafiou para compor uma obra para tão peculiar formação. Pegou então no piano e no oboé, juntou-lhes a viola e o contrabaixo, e anunciou sete ‘apotegmas musicais’, explorando assim, em passos breves, as misteriosas virtualidades do pentagrama.

Três anos mais tarde, seria a vez de Joly Braga Santos aceitar o mesmo desafio. Escolheu, por seu turno, inspirar-se em formas de dança seculares. A um prelúdio que percorre sonoridades rústicas, o seu Op. 63 acrescenta uma penetrante Sarabanda e uma Tarantella que prende a respiração.

São estas “Danças” de Fernando Lopes Graça e Joly Braga Santos, que são apresentadas no espectáculo de dia 1 de Dezembro. Mas, para lá da música destas duas grandes figuras do século passado, neste programa escuta-se também uma nova composição de Sérgio Azevedo. O título deixa adivinhar um diálogo com os dois mestres, em particular com Lopes Graça, seu professor, a quem a elocução “Suíte (quase) Rústica” despertaria, certamente, um rasgado sorriso.

No concerto de 15 de Dezembro percorre-se o catálogo de música de câmara de Ludwig van Beethoven. Neste programa são dadas a conhecer três composições que remontam ao período em que o músico rondava os trinta anos de idade, coincidentes, portanto, com o fim do “primeiro período criativo de Beethoven”, durante o qual emergiu um estilo de escrita único, baseado em Haydn e em Mozart, mas transcendendo todas as expectativas.

Os Solistas da Metropolitana começam por interpretar a Sonata para Violino e Piano N.º 4, três andamentos que demonstram o cunho vanguardista do compositor, com ideias musicais curtas e incisivas, contrastes dinâmicos e fraseios imprevisíveis.

Já a Sonata para Violoncelo N.º 1, composta em 1796, foi dedicada a Frederico Guilherme II, pouco antes de ser tornar rei da Prússia. Por fim, violino, violoncelo e piano juntam-se num trio cuja partitura permite a possibilidade de substituir o violino pelo clarinete. Destaca-se, ainda, a curiosidade de o seu último andamento consistir numa série de variações sobre uma melodia que seria então muito popular em Viena e que provinha da ópera L’amor marinaro, de Joseph Weigl. Explica-se, assim, a razão deste trio ser também conhecido pelo nome de Gassenhauer (“canção popular”, em alemão).

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