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Vaticano admite a existência de clérigos pedófilos

Para surpresa de quantos acompanham as denúncias sobre pedofilia na Igreja Católica, o Vaticano admitiu esta quinta feira, pela primeira vez, durante uma reunião considerada histórica, a existência no seio da igreja, de clérigos que abusaram sexualmente de menores.

Na reunião que se realizou entre uma delegação do Vaticano e o Comitê para os Direitos da Infância da ONU e que tinha em agenda focar-se nas ações contra os responsáveis pela ocultação dos casos que tem vindo a público, ficou para além da “admissão” pela Igreja Católica de ter conhecimento dessas situações, a certeza de não ter havido ainda nenhuma decisão, sobre os autores dos absusos, com a alegação de que ainda existem muitas dúvidas para esclarecer, nos mais de quatro mil casos que a Congregação para a Doutrina da Fé, investiga.

Segundo Monsenhor Silvano Tomasi, embaixador do Vaticano na ONU, dos mais de seiscentos casos que o Vaticano organizou em processo, só em 2012, respeitantes a novas denúncias de absuso sexual por elementos do clero, cerca de quatrocentos e cinquenta, foram classificados de muito sérios, adiantando ainda que tem estado a ser recebidas em média por ano no Vaticano, um número próximo das 600 denúncias, das quais a maior parte reporta às décadas de 60, 70 e 80.

Dados que segundo as organizações civis que representam as vítimas, afirmam serem uma gota, porque não correspondem à realidade, uma vez que só nos Estados Unidos, o número de denúncias registadas, superam os cem mil casos desde os anos sessenta, sem incluir países como a Irlanda, onde este tipo de abuso era corrente, segundo um Jurista do Centro sobre Direitos Constitucionais Americanos.

As organizações que defendem as vítimas, afirmam que este avanço por parte do Vaticano é inócuo, porque segundo as mesmas, a Igreja Católica continua a proteger os padres pedófilos, dando-lhes cobertura, num arrastar sem respostas e sem sinais de que está efetivamente interessada em limpar a casa, punindo os culpados e mais grave ainda, continuando a dificultar as investigações das organizações civis.

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