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Violência Psicológica ou a Inocuidade das Pequenas Contrariedades Inocentes

Nuno_Gonçalves

Nuno Gonçalves

O tom coloquial de uma escrita que procura criar, na inevitabilidade do monólogo, um espaço de diálogo prende o verbo numa espiral de reflexões e frases. Por mais sugestivas que ambas sejam estão limitadas nos seus méritos pela ausência de dados que ilustrem e fundamentem as ideias que frutificam na mente dos interlocutores.

Todos já assistimos a acções que configuram violência psicológica: prepotência, coacção, abuso de poder ou de posição, chantagem, ameaça, gritos, arbitrariedade e todo o tipo de possibilidades que o meio laboral, familiar ou grupal propiciam.

As ocorrências têm o dom de parecerem, a quem está de fora, episódicas, descontínuas. Porém estes episódios, para quem está sujeito a eles geram uma percepção de submersão integral, inelutável, inescapável.

Hoje poderia falar das perdas afectivas, mais associadas às relações significativas familiares e do núcleo social próximo da pessoa, das perdas produtivas, directamente identificadas com o trabalho.

Continuaria a discorrer abstractamente, de forma asséptica e insípida e os meus interlocutores bocejariam com a aridez do texto pois muito válidas que fossem as palavras aqui registadas.

A Violência Psicológica, de que o Assédio Moral é apenas uma forma de exercê-la, tem um impacto poderoso nas pessoas, não apenas no plano social.

Os seus efeitos são indeléveis e cumulativos, um pouco como os excessos de exposição solar e são independentes da forma. Se é uma acumulação de excessos quase assintomáticos ou de evidentes mas esporádicos escaldões.

Considerando que a posse da informação é necessária para que cada um reflicta e formule o seu próprio juízo apresento uma recolha breve das consequências psicossomáticas e psicológicas que resultam das agressões que a pessoa sujeita à Violência Psicológica pode contrair.

Antes de lerem a tabela tenham presente que as queixas sem enquadramento e identificação das razões tendem a ser associadas à doença física, do foro exclusivamente médico e que dificulta a intervenção dado o curso da patologia poder apresentar-se caprichoso visto as razões que desencadearam a doença não serem físicas nem se extinguirem com o tratamento.

Quem vive em situação de Violência Psicológica deve procurar auxílio psicológico em paralelo com os cuidados médicos pois encontra-se numa situação complexa em que as consequências das suas circunstâncias de vida se manifestam fisicamente mas em que a sua natureza é relacional e psicológica.

Intencionalmente não são referidas as doenças, psicossomáticas e psicológicas, que podem afectar a pessoa. A manifestação ou a ausência de doença depende de diversos factores que variam individualmente e em função das circunstâncias de vida.

A prevenção e o combate à Violência Psicológica, para além da sua dimensão pessoal, é uma questão de Justiça, de Saúde Pública e de Economia.

A sensibilização dos agentes Sociais pode ajustar-se às características específicas de cada área social e ser pedagógica alertando para os benefícios das boas práticas tanto para a organização social como para a pessoa.

Por: Nuno Gonçalves
“escreve sem acordo ortográfico”

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