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Kenzo Takada despediu-se da vida vítima do Covid

Kenzo Takada despediu-se da vida vítima do Covid

A galeria da grandes figuras da moda de luxo, ficou mais pobre com o desaparecimento de Kenzo Takada, o estilista vanguardista que viveu sempre à frente no seu tempo e que marcou o mundo do design e da moda, com a utilização eclética da cor, o primeiro estilista japonês a conquistar um lugar de destaque, no arco do triunfo da moda parisiense.

Kenzo Takada, de 81 anos, considerado um ícone pelo brilhantismo das suas criações, faleceu no domingo no American Hospital em Neuilly sur Seine em Paris, vítima do covid-19.

O estilista chegou a França em 1965, via Marselha, de onde rumou a Paris, cidade que o acolheu e testemunhou a criação de um riquíssimo inventário brilhante e colorido, deste artista “que também recusava a ideia estereotipada de moda masculina e feminina”, como escreveu por estes dias uma amiga de Kenzo.

Na cidade Luz, lançou a sua primeira coleção (1970), fundou a sua própria marca (1976), apresentou a primeira linha masculina (1983) e em 1988, o seu primeiro perfume, o glamouroso “Kenzo Kenzo”, a que se seguiram outras fragrâncias inebriantes, óculos, sapatos, malas e acessórios, com a marca Kenzo.

Em 1990, quando a Marca atingia o auge do sucesso, o fénix do prestígio, Kenzo Takada surpreendeu o mundo ao anunciar a venda da empresa ao grupo Louis Vuitton.

“O ano mais difícil da minha vida foi 1990, quando morreu Xavier o meu parceiro de toda a vida”, disse numa entrevista. “Foi por isso que vendi a empresa para à Louis Vuitton em 1993. Senti que não conseguiria fazer isso sozinho.”

O estilista permaneceu na marca até 1999, ano em que se aposentou, tinha 60 anos, mas apesar de profissionalmente retirado, continuou criativamente ativo, dedicando-se à pintura e ao desenho de figurinos, para grandes produções musicais.

Kenzo Takada, viveu em plenitude, o sonho que um dia o fez rumar à então capital da moda mundial, onde “nunca deixou de celebrar a moda e a arte de viver”, como afirmava o seu porta-voz, no anúncio da morte daquele que foi o primeiro estilista japonês, a desenhar o seu sucesso mundial, a partir da icónica Paris.

Carlos Santomor

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