Um grupo de manifestantes reuniu-se esta quinta feira, em frente Ă sede da Cruz Vermelha Portuguesa, em Lisboa, para assinalar o primeiro aniversĂĄrio de Kfir Bibas, o bebĂ© israelita atualmente refĂ©m do Hamas, em Gaza, e apelar Ă ação da Cruz Vermelha e do Governo portuguĂȘs para garantir o bem-estar dos restantes refĂ©ns e o seu regresso em segurança.
Kfir Bibas tinha apenas 9 meses quando foi sequestrado pelo grupo terrorista Hamas a 7 de outubro, juntamente com os seus pais Shiri (32 anos) e Yarden (34), alĂ©m do irmĂŁo de 4 anos, Ariel. As pessoas que se reuniam para assinalar esta ocasiĂŁo, apelidaram-na de âo aniversĂĄrio mais triste do mundoâ, com balĂ”es e cupcakes laranja.
âA escolha da cor laranja representa Kfir e Ariel, ambos ruivos. Kfir jĂĄ passou um terço da sua vida em cativeiroâ, destacou Danit Peleg, uma das coordenadoras do evento. “Um bebĂ© de um ano precisa de nutrição adequada, e Ă© angustiante pensar que Kfir se encontra nos tĂșneis destes terroristas. NĂŁo sabemos sequer se estĂĄ com a mĂŁe. Como a Cruz Vermelha nĂŁo teve qualquer contacto com os 136 refĂ©ns detidos pelo Hamas, estamos extremamente preocupados com a sua saĂșde e o seu bem-estar.”
Alguns membros da iniciativa foram recebidos por um representante da Cruz Vermelha Portuguesa, a quem endereçaram a sua frustração pela inação da instituição em divulgar as suas limitaçÔes na assistĂȘncia aos refĂ©ns e apelaram a que tenha um papel mais ativo na denĂșncia internacional desta situação, relembrando a necessidade urgente de assistĂȘncia mĂ©dica adequada para Kfir e restantes refĂ©ns.
Neste momento, 136 pessoas estarĂŁo ainda refĂ©ns do Hamas, entre crianças, mulheres, homens e idosos. A associação luso-israelita Aliados, parceira da iniciativa, recorda que, atĂ© agora, nenhum representante da Cruz Vermelha ou de qualquer outra organização humanitĂĄria internacional teve acesso aos refĂ©ns para testemunhar as suas condiçÔes e estado de saĂșde, mesmo apĂłs quase 100 dias de cativeiro.
A Aliados reitera âa importĂąncia de nĂŁo esquecer os 136 israelitas que ainda estĂŁo sob custĂłdia do Hamas, incluindo crianças como Kfir e o seu irmĂŁo Ariel. O anĂșncio da morte de Yossef Sharabi em cativeiro esta semana, cidadĂŁo portuguĂȘs, deve preocupar o governo de Portugal. Mais do que condolĂȘncias Ă© preciso agir face a esta urgĂȘncia humanitĂĄria para que outros israelitas com nacionalidade portuguesa e todos os demais refĂ©ns regressem a casa com vida”, apela Hannah Eyal, porta-voz da associação.
Os relatos dos refĂ©ns libertados revelam horrores inimaginĂĄveis, incluindo tortura fĂsica e psicolĂłgica, violĂȘncia sexual, fome, privação de sono, alĂ©m de condiçÔes mĂ©dicas e lesĂ”es nĂŁo tratadas desde o massacre de 7 de outubro.
A Aliados destaca a importùncia de recordar os eventos que levaram a esta guerra e apela a todos os portugueses para que não se esqueçam das crianças, das mulheres e dos homens que continuam reféns do Hamas, e que se manifestem e lutem pela sua libertação.