Para a Renamo, partido da oposição moçambicana, a exigência das 150 organizações da sociedade civil, para que seja estabelecido o cessar fogo que está anunciado, é “extemporânea”, considerou António Muchanga o porta-voz daquela organização.
Em declarações à Lusa, aquele porta-voz, considerou que no seu entender, esse pedido devia ter sido feito quando o movimento acusou as forças governamentais de estarem a bombardear a Serra da Gorongosa, onde se encontra Afonso Dhlakama, o líder do partido.
“Por mais legítimas que sejam as exigências da sociedade civil, pecam por ser extemporâneas, porque não foram feitas no momento em que ocorreram as razões que levaram a Renamo a suspender o cessar-fogo”, assinalou Muchanga, acrescentando que: “A Renamo fará tudo o que estiver ao seu alcance para que a situação volte à normalidade”.
A atual crise politica que se vive em Moçambique, foi desencadeada por divergências relacionadas com a lei eleitoral, mais tarde ultrapassadas com a aprovação de emendas pela Assembleia da República, mas que prevalece devido à falta de um acordo sobre o desarmamento do braço militar do principal partido da oposição.
Ao abrigo do AGP, a Renamo manteve um contingente armado para a proteção dos altos dirigentes da organização, que deviam ser integrados na polícia, mas a organização condiciona a sua incorporação à indicação de antigos guerrilheiros seus para postos de comando nas forças de defesa e segurança do país.