A Itália enfrenta por estes dias uma nova vaga de refugiados, transportados em navios carregueiros já em fim de vida, um flagelo que estará a ser orientado por máfias, que terão encontrado nestas operações, uma forma de rentabilizar multitudináriamente o negócio.
Segundo a ONU, os traficantes reformularam as estratégias de atuação, passando a utilizar embarcações de grandes dimensões, que transportam centenas de pessoas, obtendo com esse novo modelo de tráfico, receitas elevadíssimas, à custa dos milhares de desprotegidos da sorte, que chegam a ter de pagar cerca de dois mil dólares por pessoa, para obterem o bilhete para uma viagem, cujo fim é imprevisível.
Nas últimas semanas já se contam por muitos milhares, os refugiados que a bordo destes navios de carga, abandonados pelas tripulações, no oceano, sem combustível, tem de ser socorridos pela Guarda Costeira Italiana, por se encontrarem à deriva, nesta nova versão de transporte do tráfico humano.
Depois da Itália ter anunciado o fim da operação de salvamento conhecida por “Mare Nostrum”, sobretudo devido aos elevados custos da mesma e total incapacidade para travar a vaga que atingia as suas costas, as redes de traficantes, descobriram esta nova forma apurar o negócio, obrigando o ocidente a atuar, por razões humanitárias.
Informações com origem em diversas fontes, referem que estes navios estão a saír de portos Sírios, mas também turcos, carregando a granel, a carga de refugiados em fuga do norte de Áfica, da guerra do Iraque, da Líbia ou da Síria, colocando em risco a própria vida, para encontrar um sítio que lhes garante uma vida em paz.
Segundo o Alto Comissário das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR), estima-se que de janeiro a novembro de 2014, tenham dado à costa italiana nessas “vagas do desespero”, cerca de 160 mil refugiados e outros 40 mil tenham chegado à Grécia, a que se somam os milhares de vidas que desgraçadamente se perderam, quando procuravam nesse último recurso, chegar a um novo destino, agarrados à única tábua que lhes restava, a ‘esperança’.