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Reclamações dos utentes de Saúde no Portal da Queixa

Reclamações dos utentes de Saúde no Portal da Queixa

Mau atendimento, tempos de espera excessivos, falta de informações e de condições, são os principais motivos que originam milhares de reclamações, no Portal da Queixa, relacionadas com o setor da saúde, no período compreendido entre Janeiro e Setembro de 2018. A maioria das reclamações no setor da saúde, referem-se aos organismos públicos: ex: hospitais, maternidades e centros de saúde e, só depois os grupos de saúde privados.

Segundo aquela plataforma online já considerada a maior rede de consumidores de Portugal , as cerca de 2034 reclamações dos utentes, sobre aqueles serviços, correspondem a um aumento na ordem os 72%, quando comparado com o mesmo período de 2017, com destaque para o mau atendimento, ausência de respostas, ou esclarecimentos.

O elevado tempo de espera é outro dos motivos mais apontado no Portal, pelos consumidores em geral:

“(…)A minha esposa e eu optámos infelizmente por ter o parto do nosso filho na Maternidade do Hospital São Francisco Xavier, tínhamos boas referências e fomos visitar, gostámos das instalações, mas o que para nós deveria ter sido um momento inesquecível tornou-se um pesadelo. Mais de 48h numa sala de partos, a enfermeira afirma que não tem culpa das dores que a minha esposa estava a sentir, muito mal educada! Abandonados na sala de parto, o médico passou uma vez nas 48h e outro apareceu para fazer o parto e nos momentos em que chamávamos as enfermeiras, a demora era sempre acima de 20 minutos, pois estava tudo na conversa, risada e gritos na zona dos médicos/enfermeiros(…)” – João Viegas de Carvalho sobre o serviço naquela maternidade do HSFX.

Mais de 100 reclamações dirigidas aos hospitais e maternidades públicas do país, referem-se à falta de informação e esclarecimentos dados pelos serviços aos utentes, bem como a falta de condições e triagem mal feita.

“O nosso sistema nacional de saúde é uma miséria, mas as pessoas que nele trabalham ainda conseguem deixá-lo pior! Ando desde segunda feira a tentar ligar para o Centro de Mama do Hospital e nunca, mas nunca até agora fui atendida. Não liguei uma, nem duas, nem três vez… passo os dias (literalmente) a ligar para lá e nada… aquela funcionária, coitada não consegue atender uma chamada sequer!! Estamos a falar do centro de mama, um centro criado para dar respostas céleres aos doentes com cancro, que é o caso! É uma vergonha!!!! Quando não estou a ligar directamente para o centro de mama ligo para o número do São João e é mais do mesmo…. chama, chama, chama… mas não há uma alma naquele hospital capaz de atender uma chamada!!! Como isto é possível???? Uma semana a ligar para lá…” afirma Susana Pereira sobre Hospital de São João no Porto.

A falta de meios ou equipa técnica de saúde, negligência e o tempo de espera, para remarcar uma consulta, são alguns outros motivos apresentados pelos utentes portugueses sobre os hospitais e maternidades.

“Após quase 12h em trabalho de parto, decidiram levar-me para o bloco em que tentaram que o meu bebé nascesse com fórceps, mas acabou por nascer a ventosas (estava muito subido). Além de lhe fazerem uma ferida na cabeça, teve de ser reanimado e, consequentemente ficou 9 dias internado nos Cuidados Intermédios da Neonatologia, pois apanhou uma bactéria no sangue por estar tanto tempo para nascer, sem líquido amniótico. Ontem, passado mais de um mês, quando a lavar-me no banho, senti um corpo estranho na zona genital e qual não foi o meu espanto quanto retirei uma compressa. Inadmissível!” refere Marta Fartura sobre Maternidade Dr. Alfredo da Costa.

Mas os grupos de Saúde Privados não são exceção. Desde o início do ano, já chegaram ao Portal da Queixa mais de 200 reclamações relacionadas com o setor privado da Saúde.

Atualmente, já são em número considerável, os utentes do Serviço Nacional de Saúde (SNS) atendidos em instituições privadas de saúde, devido aos contratos de prestação de serviço com o Estado e ao aumento da oferta de planos de saúde. Esses contratos dirigem muitos doentes para unidades privadas, contudo não garantem um melhor serviço. Prova disso é o aumento do número de reclamaçãos na ordem dos 75%, relacionados com os serviços de saúde privados, refere o Portal da Queixa.

Mau atendimento, cobranças indevidas, negligência e falta de informação/esclarecimentos, são alguns dos principais motivos das queixas dos utentes, como é possível verificar na reclamação registada no Portal da Queixa:

“No dia 04.10.2018 tive marcada uma consulta com a médica Sónia Oliveira Sousa no Instituto CUF e fiquei 40 minutos a espera da médica para chegar, sem ninguém se preocupar com os utentes que ali estavam, pois havia mais pessoas a espera da mesma médica. Após 40 minutos falei com a técnica e ela ligou para a médica que informou me que a médica não chamou ninguém ainda porque tinha o computador avariado. E não sei quanto tempo ela precisava mais para se decidir começar a chamar as pessoas (pois havia mais pessoas a minha frente), mas decidi voltar para o meu trabalho, pois já tinha passado uma hora e marquei uma consulta no meio do trabalho porque pensava que numa unidade de saúde privada as marcações são respeitadas. Será que para informar/chamar as pessoas é meramente necessário o computador? Acho uma grande falta de respeito e profissionalismo, principalmente numa entidade privada como o Instituto CUF.”- Instituto CUF, por MNM

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