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Ernani Balsa

O OÁSIS DO NOSSO DESCONTENTAMENTO

De que falar quando não se quer falar daquilo que toda a gente fala? Daquilo que toda a gente pensa? Daquilo que toda a gente sente? Um exercício quase absurdo seria imaginarmos a existência de pessoas sem a capacidade de pensar. Ou antes ainda, sem a vontade ou a intuição de pensar. O instinto do pensamento será em si uma razão justificativa do factor racional das pessoas!?… Ou será antes uma faculdade que é mais ou menos induzida por outras instâncias da vontade e da necessidade que certas pessoas desenvolvem, como resposta às suas dúvidas e a uma insustentável aversão ...

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NÃO NOS ILUDAMOS…

E se um país insano e masoquista (desculpe Sr. Presidente, mas eu comecei a escrever isto antes do senhor chamar masoquistas aos Portugueses…) entregasse a maioria dos votos nas autárquicas ao PSD?… Isso seria o quê, uma vitória nacional ou local, repartida aos bocadinhos pelas inúmeras Juntas de Freguesia?… Estou já a imaginar o nosso primeiro, numa daquelas intervenções com ar de professor primário, entre o paciente e o zangado com a falta de conhecimento dos jovens alunos, a elucidar os incultos deste país, que as autárquicas são um fenómeno local e não representam um reconhecimento à magna obra que ...

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SENTIR AINDA A VIDA …

Sentir a vida todos os dias. Acordar e tentar acreditar que a vida não vai, mais uma vez, piorar. Abrir os olhos e ver que a vida ainda continua e que depois da noite não se sucedeu a escuridão que todos receiam tomar conta de tudo. Viver a vida, um dia de cada vez e não nos atrevermos a desenhar o futuro. Apenas o dia seguinte. A notícia seguinte. A calamidade seguinte. Sentir a vida todos os dias e, apesar de tudo, ter medo do amanhã. Vivemos a vida que nos deixam viver, não aquela que sonhamos. A esperança é ...

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A REINVENÇÃO DAS PALAVRAS…

Quem teme pelas palavras que diz, tenta dissimulá-las para esconder o seu verdadeiro significado. Quem, mesmo acreditando naquilo que pensa e sabe do impacto dos seus pensamentos, reinventa o léxico da sua maldade. Quem, apesar da maldade do seu carácter, não consegue purificar a sua consciência, não hesita em ludibriar aqueles que de si dependem. Este é o retrato de família do actual governo, se bem que alguns, muito poucos, se tentem ocultar atrás da corpulência arrogante dos que se afoitam a olhar de frente para a populaça. É absolutamente caricato o esforço que fazem para mascarar as palavras de ...

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A CENTRIFUGADORA DO PODER…

Isto de encontrar temas para cada novo artigo, não é tarefa fácil. Começo a estar dividido entre o achar que são demasiados os temas ou que, noutra perspectiva, o tema genérico se repete e nos cansa. No fundo, as perspectivas são tão más, a insegurança tão deprimente, a revolta tão incontida e o cansaço tão desgastante, que todos nós sentimos que estamos metidos numa centrifugadora de ideias e de projectos políticos, em que alguém se esqueceu de adicionar o detergente e, mais ainda, o amaciador conveniente e assim de cada vez que a máquina chega ao fim do ciclo, a ...

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QUESTÕES DE BOM SENSO…

Falar de bom senso implica isso mesmo, bom senso! Esta matéria, publicamente abordada pelo Primeiro Ministro, na sua versão de líder partidário, no último fim de semana, no encerramento da chamada Universidade de Verão do PSD, teve tudo menos isso, o tal bom senso. Já aqui abordei esta problemática de se ter duas cabeças no mesmo corpo, uma de líder partidário e outra de Chefe do Governo. Esta condição de bicéfalo, mormente em lugares de grande responsabilidade, obriga a que haja um grande equilíbrio e prudência naquilo que se diz enquanto se pensa acaloradamente, apenas com uma das cabeças, porque ...

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TRÊS APONTAMENTOS DE FIM DE VERÃO…

1 – Mais uma guerra anunciada Confesso que não sou, de modo nenhum, um especialista de política internacional, mas tão só um observador atento e um cidadão preocupado com tudo o que se passa à nossa volta e que, de uma ou outra maneira, interfere nas condições de vida das pessoas, em geral. Um cidadão sensível à cada vez mais ameaçada paz mundial e às injustiças que se vão instituindo em padrões de vida, no meio de todos os jogos de interesses, financeiros, políticos ou económicos, suportados pelas grandes potências que impunemente se arvoram em polícias a nível global e ...

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RISCOS E DESASTRES…

O ritmo da política ou é lento ou frenético, raramente cadenciado. Os políticos, nomeadamente quando têm o poder e se deixam contagiar por uma necessidade obsessiva de o manter a todo o custo, têm a tendência, por um lado, a criar uma lenta progressão dos acontecimentos, senão mesmo a travá-los para os fazer coincidir com os seus calendários de interesses, ou por outro, a precipitá-los de tal modo que não dão espaço e tempo a que os cidadãos se retenham e analisem as suas intenções e decisões. É uma técnica apurada de confundir, mesmo os mais atentos, e evitar que ...

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ESCREVER SOBRE NADA …

Hoje só me apetece escrever sobre nada. O peso dos dias carregados de incertezas, de mentiras e de despudores disfarçados de política, exercem um incómodo considerável sobre o meu direito a uma sanidade mental e espiritual a que não renuncio. Antes, exijo e promovo, acima de todas as mesquinhices que diariamente nos invadem e atormentam. A demência, a cegueira e a intransigência doentia de uma certa classe de políticos portugueses, na insistência de não se esforçarem por encontrar alternativas consensuais para os problemas do país e a sua vergonhosa e castrante dependência de interesses da alta finança, tanto nacional como ...

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ENTRE A DISPLICÊNCIA E A RAIVA INCONTIDA…

Nada melhor do que sair por uns tempos do epicentro desta baixa depressão política que se vive em Portugal. Foi o que eu fiz e rumei à Suíça, só para ter oportunidade de ter a sensação do que é estar num país que parece não ter política, embora tenha. Não é minha intenção dissertar aqui sobre o sistema suíço de organização duma sociedade dividida em quatro províncias e vinte e seis cantões, que tem quatro línguas, territórios e identidades distintas, a alemã, a francesa, a italiana e a romanche, constituindo-se numa federação que é conhecida internacionalmente pela sua neutralidade e ...

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