Quando estamos prestes a deixar o estado de emergência e a passar ao estado seguinte, o de calamidade, a que corresponde um ligeiro atenuar do confinamento e regras sociais, impostas pela necessidade de mitigar a propagação do coronavirus, o balanço que para já se pode fazer, sobre a forma como a generalidade dos portugueses, enfrentou o período que está prestes a ser ultrapassado, resume-se a uma palavra, “responsabilidade”.
Desde o primeiro estado de emergência declarado a 22 de Março e até às 17 horas desta quinta feira, tinham sido detidos 409 cidadãos por diversos níveis de desobediência e encerrados 2.392 estabelecimentos, que arriscaram abrir portas, contrariando a imposição legal, que devia garantir o confinamento.
Estes dados significam que apenas uma parte muito residual da população, não aceitou de bom grado as medidas impostas, esquecendo-se que estavam a arriscar a sua, mas também a colocar a vida dos outros em risco, o que obrigou à intervenção das forças de segurança.
No entanto com a abertura que está anunciada, não se pense que já se pode ir à prá festa, seja qual fôr a sua dimensão ou propósito, não, ainda não podemos confraternizar, porque o inimigo confinador que ainda paira no ar, continua a condicionar os nossos movimentos e contatos, só quando houver dados comprovados, é que poderemos beneficiar de uma abertura maior, mas conscientes, que durante muito tempo, o baile não será igual ao que já foi.
Já quanto aos demais factos que contribuíram durante o estado de emergência, para alguma confusão ou dificuldade em perceber o que era ou não, o mais correto para os cidadãos, esses, deixamos para mais tarde, porque foram cometidos muitos erros e alguns básicos, incompreensíveis, por parte de quem deveria ter tido a calma e serenidade suficientes, para perceber que espalhar a confusão, perder o sentido da lógica e do bom senso, só agrava as dificuldades, quando se pretende motivar e conduzir uma comunidade tão diversa, como é a portuguesa.
C.S.