HĂĄ menos de uma semana, por muito descontente que estivesse com a actual situação polĂtica e com a acção governativa, nunca esperaria escrever o que agora aqui deixo como testemunho da minha indignação e profundo desencanto com a baixeza de pessoas que seria expectĂĄvel todos respeitarmos. Acabei de assistir, num dos canais noticiosos da nossa televisĂŁo, a uma entrevista com o Professor Adriano Moreira, um homem vindo do anterior regime, genericamente considerado de direita, mas respeitado por uma larga maioria do paĂs, por via da sua honestidade polĂtica e social. Um homem que nos inunda de saber e bom senso, ...
Read More »PRINCĂPIO DA SUBSIDIARIEDADE Ă PORTUGUESA
JĂĄ por diversas vezes dei comigo a pensar no difĂcil que Ă© governar em Portugal â nĂŁo o Ă© sĂł em ItĂĄlia. No paĂs que, pela sua configuração geogrĂĄfica, faz lembrar uma bota, qualquer actor cĂłmico com jeito para a retĂłrica e sobretudo para o gesto persuasivo pode botar figura e arranjar ao Presidente da RepĂșblica, um venerĂĄvel anciĂŁo, um autĂȘntico âpar de botasâ. Para lĂĄ dos Alpes, tudo Ă©, porĂ©m, bem mais divertido: em cada extremo do palco um palhaço â um que quer Ă viva força governar e outro que usa a força sĂșbita para nĂŁo deixar ninguĂ©m ...
Read More »INTERNET E REDES SOCIAIS
Costumo me referir a Internet como uma âmĂŁeâ, pois ela me ajuda a encontrar tudo que procuro e de maneira rĂĄpida. Mas como todo bĂŽnus tem o seu ĂŽnus, ela tambĂ©m nĂŁo deixa de ter seus inconvenientes e seus perigos. A Internet e as redes sociais desempenham hoje uma grande influĂȘncia e importĂąncia nas nossas vidas, nas de empresas, na polĂtica e no governo. HĂĄ pouco tempo um ex-tĂ©cnico da CIA, Edward Snowden, hoje asilado, veio a pĂșblico denunciar que somos monitorados e que informaçÔes de usuĂĄrios eram disponibilizadas ao governo americano. Segundo o jornal âThe Guardianâ revelou, os serviços ...
Read More »MICHELLE, MA BELLEâŠA MISĂRIA DA NOSSA IMPRENSA FUTEBOLEIRA
Ă verdadeiramente calamitoso abrir os trĂȘs jornais (ditos) desportivos do dia 27 de Junho e verificar que apenas um deles destacou a extraordinĂĄria proeza da Michelle Brito, tenista portuguesa que bateu Sharapova, 3ÂȘ tenista do Ranking Mundial, por 6-3 e 6-4 no famoso e emblemĂĄtico Torneio de Wimbledon. Um deles dĂĄ a 1ÂȘ pĂĄgina, outro dĂĄ um tĂtulo cimeiro pequeno e o terceiro apresenta uma pequena nota lateral sobre o feito. Mais ainda, o que valorizam esses jornais? Eventuais transferĂȘncias ou compras de passes de jogadores de futebol dos 2 grandes clubes de futebol da 1ÂȘ Liga! Manifestamente muitĂssimo mau. ...
Read More »DOS âEMPATA BODASâ AOS âMATA GREVESâ âŠ
Tinha pensado em dedicar esta crĂłnica apenas a um tema que tinha a ver com o que se passou no passado fim-de-semana, por alturas da comemoração do 2Âș aniversĂĄrio duma prestigiada sociedade recreativa, mas outro tema se interpĂŽs entretanto, que considero mais relevante e mais digno de alguma atenção e algumas consideraçÔes. NĂŁo abandono, porĂ©m, a efemĂ©ride aniversariante acima referida, porque ela merece tambĂ©m algumas palavras. Para comemorar condignamente o trabalho realizado ao longo destes dois anos, a âSociedade Recreativa e Excursionista Governo de Portugal (SREGP)â organizou um passeio a Alcobaça, com almoço e tertĂșlia. Para se deslocarem e tornarem ...
Read More »ALGUMAS PRODUĂĂES DA MALDITA DEMOCRACIA
Tem-se dito que a democracia Ă© a pior forma de governo… mas, existe outra forma de governo melhor? Winston Churchill Ao longo dos tempos, muitos estudiosos de renome se tĂȘm debruçado sobre o tema Democracia; seus atributos, seus subtipos, suas influĂȘncias, suas negatividades, enfim, uma panĂłplia de incursĂ”es que acabam por nos transmitir imagens com diferentes roupagens, mas, sem que nenhuma encerre um fim em si mesma. Ă este dinamismo que a mantĂ©m viva, imbuĂda de uma beleza permanente, apesar dos afrontamentos e maus-tratos que tem sofrido; Ă©, no fundo, uma obra inacabada da humanidade. A palavra Democracia neste sĂ©culo ...
Read More »DIVINA CONDIĂĂO
Ă o problema de sempre: nĂŁo se tolera um ai a quem se crĂȘ ter o supremo dever de estar calado â o que nĂŁo Ă©, nem pouco mais ou menos, o mesmo que estar em silĂȘncio! E Ă queles que fazem da vida um exercĂcio de dĂĄdiva aos seus concidadĂŁos, que se esmifram e consomem num quase holocausto diĂĄrio de entrega e dedicação nĂŁo hĂĄ quem lhes dĂȘ uma mĂŁo â a nĂŁo ser para os empurrar ou agredir. Ă como os bombeiros: ah, eles sĂŁo voluntĂĄrios, entĂŁo jĂĄ tĂȘm a paga no gosto que lhes dĂĄ fazer aquilo que ...
Read More »DESPORTO UNIVERSITĂRIO
O meu posicionamento face ao desporto em Portugal Ă© naturalmente crĂtico por inĂșmeras razĂ”es. Considero absolutamente deplorĂĄvel a coordenação e liderança institucional registada na maior parte dos casos de organizaçÔes que lidam com os desportos. Ora sustentadas em presidĂȘncias que se eternizam no tempo (algumas com mais de 40 anos) ora apoiadas em voluntariosos que nĂŁo tĂȘm estofo nem competĂȘncia para assegurarem um desenvolvimento sustentado de uma qualquer modalidade e, porque nĂŁo remunerados, sem sentirem qualquer peso de responsabilidade. AlĂ©m disso temos os diferentes desportos organizados por diferentes ĂĄreas socioeconĂłmicas: trabalhadores, estudantes, amadores, profissionais, adaptados, etc. Enfim, estĂĄ instalada uma ...
Read More »O GIGANTE NĂO ESTĂ MAIS ADORMECIDO
Os R$ 0,20 de aumento na tarifa de ĂŽnibus em SĂŁo Paulo foi sĂł uma fagulha que acendeu o estopim para explodir a insatisfação contida durante muito tempo. A imagem que o governo passa para o mundo Ă© de que estĂĄ acabando com a pobreza, que estĂĄ melhorando e aumentando o poder de compra da classe mĂ©dia/baixa, que a inflação Ă© mĂnima, e que a polĂcia pode oferecer segurança, mas o que vivemos nĂŁo Ă© bem assim. A saĂșde precarĂssima, pacientes sem vagas nos hospitais, aguardando nos corredores e alguns morrendo sem atendimento, a educação se arrastando, juros altos, violĂȘncia ...
Read More »BREVE ENSAIO SOBRE O DIREITO DE REVOLTA…
Tem sido notĂłria a vaga de protestos, manifestaçÔes e outros movimentos de carĂĄcter revolucionĂĄrio que nos Ășltimos anos tĂȘm vindo a acontecer nos mais diversos paĂses do mundo. Movimentos que surgem quase do nada, mas que assentam numa sensação progressiva de mau estar, de tiques autoritĂĄrios ou mesmo ditatoriais, de exercĂcio de vĂĄrios tipos de poder que nĂŁo respeitam os direitos mais fundamentais das populaçÔes ou entĂŁo de desvios duma linha democrĂĄtica, que progressivamente se vai afastando daquilo que os cidadĂŁo entendem ser o caminho certo e desejĂĄvel, desvios esses que genericamente se consubstanciam numa crescente prĂĄtica de corrupção aos ...
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