As insolvências mantiveram em outubro, a tendência de crescimento em termos homólogos, como tem vindo a ser verificado ao longo de 2023, registando o maior aumento do ano. De acordo com os dados da COSEC – Companhia de Seguro de Crédito, o mês de outubro registou um aumento de 27% nas insolvências face ao mesmo mês de 2022.
As micro e pequenas empresas, com um volume de negócios inferior a 500 mil euros, continuam a registar o maior número de insolvências, à semelhança daquilo que tem acontecido desde o início do ano. São ainda os setores dos serviços, da construção e do retalho que registam os valores mais altos em termos de insolvências neste mês de outubro.
Em termos geográficos, a tendência também se mantém no mês de outubro e o Porto, seguido de Lisboa, são os distritos onde se registam o maior número de insolvências.
Este crescimento relativo às insolvências insere-se num contexto em que a economia europeia continua a ser influenciada pelas elevadas taxas de inflação, que tem retirado poder de compra às famílias e diminuído as margens de firmas, em particular alguns setores de atividade. As perspetivas da Allianz Trade indicam que Portugal está na lista de países que deverão registar os maiores aumentos em 2024, a par com Itália e Países Baixos.
“A Zona Euro continua a enfrentar vários desafios a nível económico. Os principais mercados externos de Portugal estão também a atravessar algumas dificuldades, o que se reflete na economia portuguesa. A Comissão Europeia reviu em alta a taxa de inflação em Portugal para 2023 e 2024, de acordo com as previsões de outono. Já o crescimento, também segundo estas estimativas, sofreu um corte. Neste sentido, acreditamos que a tendência de crescimento homólogo nas insolvências poderá continuar a ser verificada por mais algum tempo.”, afirma Vassili Christidis, CEO da COSEC.
Embora as estimativas da líder mundial em seguro de crédito para a economia portuguesa, apontem para um crescimento do produto interno bruto (PIB) na casa dos 2,4% este ano e 1,2% em 2024, as perspetivas para economia da área do euro são cada vez mais desafiantes.
De acordo com especialistas da Allianz Trade, a Alemanha, uma das principais economias do bloco da moeda única, enfrenta perspetivas económicas pouco otimistas. As previsões estimam ainda que três em cada cinco países atingirão níveis de insolvência empresarial pré-pandémicos até ao final de 2024, incluindo mercados como os EUA.