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OPINIÃO…

ESCREVER SOBRE NADA 


Hoje sĂł me apetece escrever sobre nada. O peso dos dias carregados de incertezas, de mentiras e de despudores disfarçados de polĂ­tica, exercem um incĂłmodo considerĂĄvel sobre o meu direito a uma sanidade mental e espiritual a que nĂŁo renuncio. Antes, exijo e promovo, acima de todas as mesquinhices que diariamente nos invadem e atormentam. A demĂȘncia, a cegueira e a intransigĂȘncia doentia de uma certa classe de polĂ­ticos portugueses, na insistĂȘncia de nĂŁo se esforçarem por encontrar alternativas consensuais para os problemas do paĂ­s e a sua vergonhosa e castrante dependĂȘncia de interesses da alta finança, tanto nacional como ...

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A BATALHA DOS ATOLEIROS

Em 1384, Dom Nuno Álvares Pereira, SĂŁo Nuno de Santa Maria, nĂŁo hesitou em enfrentar as numerosas forças invasoras, ao contrĂĄrio do que acontece hoje, que nĂŁo hĂĄ quem dĂȘ um passo, apesar dos muitos atoleiros em que, aos poucos, nos vamos afundando: atoleiros temos que chegue – falta-nos Ă© a batalha! Um deles, se calhar o mais obsceno: o BPN (Banco PortuguĂȘs de NegĂłcios, digo, de Nojo): ele Ă© bem a metĂĄfora trĂĄgica do lodaçal em que este decrĂ©pito regime se converteu. Perante a magnitude sĂ­smica do rombo e perante a brutal evidĂȘncia do saque, imaginem o que se ...

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A DEPRESSÃO DO VELHO OU A DEMÊNCIA APARENTE (II)

(
) Continuação O velho, sendo pai, mĂŁe, tia/o ou outro parente, revestiu-se no imaginĂĄrio da criança que fomos de alguĂ©m com os predicados de super herĂłi e esquecemo-nos da sua dimensĂŁo humana. Quantas vezes nĂŁo agimos ou vemos agir pessoas que reclamam, exigem, dos seus velhos capacidades e forças que Ă© Ăłbvio que jĂĄ nĂŁo possuem, sem termos a noção da violĂȘncia dessa reclamação? Um familiar destes Ă© sempre grande, omnipotente, omnisciente e cobramos duramente a frustração por nĂŁo obtermos deles a satisfação das nossas exageradas expectativas. Seja por frustração, conducente amiĂșde a graves desentendimentos familiares e atĂ© Ă  institucionalização ...

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ENTRE A DISPLICÊNCIA E A RAIVA INCONTIDA…

Nada melhor do que sair por uns tempos do epicentro desta baixa depressão política que se vive em Portugal. Foi o que eu fiz e rumei à Suíça, só para ter oportunidade de ter a sensação do que é estar num país que parece não ter política, embora tenha. Não é minha intenção dissertar aqui sobre o sistema suíço de organização duma sociedade dividida em quatro províncias e vinte e seis cantÔes, que tem quatro línguas, territórios e identidades distintas, a alemã, a francesa, a italiana e a romanche, constituindo-se numa federação que é conhecida internacionalmente pela sua neutralidade e ...

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A DEPRESSÃO DO VELHO OU A DEMÊNCIA APARENTE (I)

Velho. Primeira expressĂŁo politicamente incorrecta cujo refrĂŁo infalĂ­vel era (Ă©) “
sĂŁo os trapos!” e com este remate deitava-se no lixo todo o valor, significado e conteĂșdo do velho e da velhice. Sempre desconfiei do politicamente correcto e dos interesses que se desvelam a cerzir os seus proveitos nos bastidores das metĂĄforas semĂąnticas. Os velhos sĂŁo um subproduto descartĂĄvel da sociedade fashion, de gente esplendorosa e fascinante com a mesma consistĂȘncia e brilho de um plĂĄstico barato. Esquecemos-mos que hoje vivemos, qual civilização assente sobre o substrato de impĂ©rios pregressos, confortavelmente instalados sobre as obras ainda bem sĂłlidas e vivas desses ...

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MAS QUEM MANDA MESMO NISTO?

Um perĂ­odo de fĂ©rias em casa de famĂ­lia e amigos que sĂł se vĂȘem de tempos a tempos Ă© sempre um bom momento para nos apercebermos como pensam os outros com quem nĂŁo lidamos diariamente. É tambĂ©m tempo de diferentes leituras, de jornais e revistas que nem sempre lemos com a devida atenção. Nesse balanço de fĂ©rias dei por mim a tomar consciĂȘncia que aquilo que efectivamente preocupa o comum cidadĂŁo Ă© o sentimento de impotĂȘncia sobre o que pode cada um fazer para melhorar isto? Quando me refiro a isto, quero dizer Ă  vida dos portugueses cĂĄ no rectĂąngulo ...

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A LANTERNA DE DIÓGENES

A julgar pelo alvoroço popular na praça Syntagma em Atenas, eu faço ideia as vezes que o episĂłdio terĂĄ sido evocado – DiĂłgenes de SĂ­nope vagueando, em pleno dia, pelas ruas de Atenas de lanterna acesa em punho. E aos que, espantados, o interpelavam respondia invariavelmente: «procuro um homem», isto Ă©, alguĂ©m com aspecto humano que o seja realmente. Àqueles que tĂŁo edificantemente se empenham em descortinar diferenças entre nĂłs, portugueses, e os gregos, jĂĄ uma vez lhes disse e, agora, repito, que diferentes sĂł no modo como amochamos – um pouco menos ruĂ­do por cĂĄ. Mas ambos vergados Ă  ...

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PORQUE NÃO SE FECHAM TODAS AS ESCOLAS PÚBLICAS?

Eu, e penso que muitos de nĂłs, ando bastante cĂ©ptico em relação ao nosso paĂ­s. A qualidade de anĂĄlises, estudos e resultados que se divulgam e propagam todos os dias começa a ser assustadora e muito difĂ­cil de confirmar. “IrrevogĂĄvel” e “mentira” sĂŁo conceitos com novos significados e a nossa lĂ­ngua estĂĄ a alterar-se a uma velocidade que nĂŁo nos permite ter uma realĂ­stica percepção do que estĂĄ a mudar, em quem acreditar e quem criticar. EstĂĄ difĂ­cil mesmo, acreditem. Saem sucessivos resultados dos exames e provas especiais de lĂ­ngua portuguesa e matemĂĄtica nos finais de ano no 4Âș, 9Âș ...

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NOVOS PARADIGMAS INTERNACIONAIS DA REALIDADE POLÍTICA

As revoluçÔes tunisina e egĂ­pcia e a crise revolucionĂĄria em curso na LĂ­bia, estĂŁo a dar aos governos e empresas ocidentais um espaço para reconsiderarem as suas interacçÔes com os regimes autoritĂĄrios em todo o mundo. Infelizmente, parece-nos que a Ética e os valores, no geral, tĂȘm um espaço nĂŁo identificado ou atĂ© mesmo, inexistente, porque verificamos a necessidade contĂ­nua por parte dos governos e das empresas ocidentais (apesar dos alertas internacionais de ordem negativa), em lidarem, leia-se negociar, com governos corruptos e repressivos, mas, Ă© mais fĂĄcil os intervenientes fazerem “ouvidos de mercador”, porque a hipocrisia Ă© muita e ...

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OS MODERNOS JUDAS

HĂĄ muito que se nĂŁo via tamanho sobressalto, tĂŁo grande aflição em terras do Tio Sam. Creio que nem mesmo com o furacĂŁo Katrina que quase varria do mapa a cidade de Nova OrleĂŁes. Nem mesmo, se calhar, nos hediondos ataques Ă s torres gĂȘmeas. Nem sei mesmo se o trĂĄgico envolvimento no Vietname, por exemplo, para nĂŁo falar dos atoleiros do AfeganistĂŁo ou Iraque terĂŁo provocado tantas insĂłnias no PentĂĄgono. E tudo por causa de dois rapazinhos com cara de meninos de coro. De repente, eis que o paĂ­s que a si prĂłprio arrogara a divina missĂŁo de guiar o ...

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